Rochedos e Colinas foi o primeiro livro que decidi publicar apesar de não ter sido o primeiro que escrevi. Vou contar exatamente o que aconteceu: Eu sempre quis ser escritora e aos 16 anos escrevi minha primeira história.
Era um romance que levou três meses para ficar pronto. Eu achei lindo, mas minhas irmãs e meu irmão riram na época e ninguém quis ler. Fiquei com raiva e deletei a história. Algo que me arrependo muito de ter feito, mas eu tinha 16 anos e era uma idade em que me importava muito com a opinião dos outros (ainda me importo, mas não do mesmo modo).
Então depois daquela história que na época eu tinha dado o nome de "A Loba", eu disse para mim mesma que não iria mais escrever, mas voltei a fazer isso aos 18 anos quando criei um velhinho chamado Conde Conta e duas historinhas para ele contar. Foi quando decidi tentar escrever para crianças e comecei a enviar para editoras. Recebi apenas recusas.
Fiquei chateada e tentei escrever outra história que chamei de "A bela lagarta", mas um dia estava em uma livraria e vi uma história muito parecida e vi que se tentasse enviar a minha iriam recusar achando que era plágio. Achei melhor parar de escrever para crianças e resolvi escrever para adolescentes.
Foi então que escrevi "Você está com frio?". Um suspense juvenil que adorei! Percebi com ele que podia e iria ser uma escritora. Voltei a enviar para editoras e mais uma vez recusaram uma história minha. Decidi deixar minha história guardada e tentar em uma outra oportunidade. Não tinha desistido de publicar, mas precisava me concentrar no trabalho e escola e então deixei "Você está com frio?" salvo no computador.
Pensava em voltar a mexer logo, mas só voltei a pensar nisso aos 22 anos quando conheci um amigo no trabalho que tava tentando escrever um livro também. Ele tinha uma idéia boa sobre índios e monstros e aquilo me fez voltar a ter vontade de escrever.
Foi então que escrevi "Rochedos e Colinas" meu primeiro romance épico. Totalmente diferente de tudo o que tinha escrito até então. Fiquei tão empolgada e orgulhosa de mim mesma que voltei a procurar editoras só que dessa vez para que publicassem meu novo livro. Em vão de novo. Só que as recusas dessa vez não iriam me parar. Eu não iria deixar "Rochedos e Colinas" apenas salvo no computador.
Então, eu ouvi falar de editoras prestadoras de serviço que publicam livros em pequenas tiragens. Resolvi tentar. Achei a CBJE (Camara Brasileira de Jovens Escritores) pelo google e comecei a negociar com eles. Fiz a menor tiragem porque era o que eu podia bancar já que estava usando o meu dinheiro mesmo. Não falei com ninguém porque tive medo que conseguissem me fazer desistir da idéia já que eu não tinha nenhuma garantia de que seria um serviço bem feito.
Graças ao bom Deus foi e depois de uns dois meses, mais ou menos, eu recebi meus trinta livros em casa. Nunca vou esquecer da pequena caixa sobre a minha cama. Cheguei do trabalho tão eufórica que nem jantei e fiquei olhando meus livros a noite quase toda. Acredito que deve ser uma emoção próxima com a de dar a luz uma criança.
