quinta-feira, 3 de março de 2011

A Princesa que cansou de esperar

Era uma vez uma bela Princesa que ao completar 18 anos foi aprisionada no alto de uma torre.
Ela não se importou com isso porque sabia que um príncipe logo iria aparecer para salvá-la. Tinha sido assim com sua mãe, com a mãe de sua mãe e com todas as mães que vieram antes dela.
Tudo o que ela precisava fazer era esperar alguns dias ou meses.


O príncipe, por sua vez, estava realmente a caminho. Estava preparado para resgatar a princesa da torre assim como seu pai, o pai do seu pai e todos os pais antes dele já tinha feito. Ele até já sabia como derrotar o dragão que protegia a torre.
Cheio de coragem e determinação, ele ia montado em seu cavalo veloz quando, de repente, aconteceu uma desgraça!
O cavalo tropeçou em uma pedra que estava no caminho. Ele e o príncipe caíram de uma grande altura. O cavalo não sobreviveu aos ferimentos e o pobre príncipe não conseguia mais andar.
Ele gritou e gritou por ajuda, mas já estava longe demais do seu castelo e ninguém o escutou. Ele ficou ali, desolado.
Quando já acreditava que iria morrer de fome e sede, ele viu uma grande tartaruga se aproximar. Ela falou para ele que iria levá-lo para onde tinha água e comida e que também o levaria até o castelo da princesa para que pudesse cumprir seu destino. O jovem príncipe agradeceu e montou em cima da grande tartaruga.

A tartaruga falava, mas ainda era uma tartaruga e sendo assim a viagem que demoraria dias ou meses, demorou anos.

No alto da torre, a princesa cansou de esperar. Quase quatro anos tinham se passado e seu príncipe não tinha aparecido. Nunca, pelo o que ela sabia das histórias das outras princesas, um príncipe tinha demorado tanto!
A demora só podia significar uma coisa: Ele não iria vir e não adiantava esperar!

Ela tinha duas opções: Passar a vida inteira olhando a vida da janela e lamentando o fato de seu príncipe nunca ter aparecido ou criar coragem, sair dali e ir ver o mundo.
A princesa já tinha ouvido falar de mulheres que viviam bem sozinhas. Eram independentes, solteiras e felizes. Sua mãe e avó costumavam dizer que era apenas lenda, mas e se fosse verdade? Ela também podia ser feliz mesmo sem príncipe!

E,então, a bela princesa pegou todos os lençóis que haviam no quarto e amarrou um no outro até fazer uma grande corda. Amarrou uma ponta na perna da cama e esperou que a noite chegasse.

Assim que anoiteceu, a bela e agora também corajosa princesa, desceu pela corda feita de lençol. O dragão estava dormindo e ela passou por ele sem dificuldade.

Não sabia para onde ia, mas sabia que chegaria em algum lugar se continuasse andando. E qualquer lugar seria mais interessante que a torre onde tinha ficado presa.
Com o passar dos dias, a princesa começou a fazer amizades: Conheceu uma adorável família de camponeses que a abrigaram em sua casa por um tempo. Com eles, a princesa aprendeu a cozinhar e plantar. Estava feliz, mas queria mais e, por isso, foi embora.

E novas pessoas ela foi encontrando em seu caminho: bruxas boazinhas, fadas malvadas, gigantes e anões. Se divertindo ou se assustando, ela estava sempre aprendendo algo. E, para ela, aquilo sim é que era vida!

Muitos meses se passaram após a princesa ter deixado a torre. Ela agora era proprietária de uma aconchegante pousada. Se sentia feliz e realizada com o que fazia já que sempre aprendia muito com quem passava por ali.

Eis que, uma bela manhã, a princesa regava as flores do jardim de sua pousada quando viu uma cena que chamou muito sua atenção: Era um homem barbudo, sujo e magro que vinha montado em cima de uma tartaruga.

Curiosa, ela se aproximou e perguntou o que tinha acontecido. Educadamente o príncipe respondeu contando toda sua triste história desde o momento em que tinha deixado o castelo para salvar uma princesa que estava presa no alto de uma torre.

Com os olhos marejados de lágrimas, a princesa contou que era ela quem ele estava indo salvar, mas que agora era ele quem precisava de ajuda.

E, então, ela o abrigou em sua pousada. O alimentou e cuidou de seus ferimentos e, graças ao que tinha aprendido com a bruxa boazinha, ela foi capaz de fazer com que ele voltasse a andar.

O sentimento de gratidão logo foi substituído por paixão e o príncipe a pediu em casamento. Ela aceitou e uma grande festa foi realizada.

Hoje eles moram no castelo, mas a princesa ainda administra sua pousada. Continua feliz e realizada, mas agora já tem com quem dividir isso.

Quanto a tartaruga que ajudou o príncipe...

Ela não aceitou o convite para morar no castelo. Disse que prefere vagar pela floresta porque nunca se sabe quando terá que ajudar um príncipe a chegar até sua princesa.

FIM

2 comentários:

  1. Muito interessante. Vou divulgar seu blog. Sou prima da Priscila Soares, ela que me apesentou seu blog. Gostei muito da história. Parabéns!!

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    1. Isa, muito obrigada!! Fico feliz que tenha gostado! Hoje que consegui voltar a acessar esse meu blog. Estava sem tempo, esqueci a senha rs. Mas agora vou voltar a atualizar ele. Bjs

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