terça-feira, 11 de maio de 2010


As gargalhadas de Magnus ecoavam enquanto via seus homens atearem fogo as casas fazendo com que mulheres e crianças saíssem correndo delas.
Ezequiel viu quando um homem apeou do cavalo e pegando uma mulher pelos cabelos disse:
__ Você é velha demais! Não merece viver!
A mulher gritou quando foi atirada ao chão e sabendo que não tinha para onde fugir, abaixou a cabeça à espera da espada que iria lhe tirar a vida, mas o som de um corpo caindo ao seu lado a fez erguer os olhos. O corpo era do homem que queria matá-la e quem estava em pé em sua frente agora era seu filho Ezequiel.
__Mãe, corra para a floresta e se esconda! – Ele disse assim que conseguiu levantá-la.
__E você, filho?
__Tenho que achar Clarissa. Agora vá!
Ainda atordoada, ela fez o que ele pediu enquanto rezava para que aquela não fosse a última vez que o estava vendo.
__Clarissa! – chamou Ezequiel, mas em resposta só havia choros e gritos de mulheres e crianças.
Ele chamou novamente e foi Tomás, um menino de dez anos que estava escondido em cima de uma árvore que gritou:
__Ela está sendo levada! Veja!
Ezequiel seguiu a direção que ele apontava e viu que Clarissa estava sendo carregada por Magnus. Dominado pela fúria, ele correu até onde seu cavalo estava e apesar da dor do ombro aumentar a cada segundo, ele montou rapidamente e pôs se a segui-los.
__Me solte!– gritou Clarissa enquanto tentava se livrar do braço de Magnus que a segurava com força.
Ele não parecia ouvi-la. Assim como os outros homens de seu clã também fingiam não ouvir os apelos das mulheres que tinham seqüestrado. Seguindo o gesto de Ezequiel, outros homens do clã dos Rochedos também tinham pegado seus cavalos e estavam atrás dos ladrões de suas mulheres, mas os cavalos deles não eram tão rápidos como eles desejavam e assim a distância ficava cada vez maior e Ezequiel já não tinha forças para manter os olhos abertos. O buraco no seu ombro jorrava sangue sem parar, mas mesmo assim, ele se negava a desistir. Não podia perder Clarissa. Não suportaria perdê-la. O nome dela saiu de seus lábios junto com um último suspiro antes que ele desmaiasse.

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