sábado, 8 de maio de 2010


Clarissa ainda tentou segurá-lo, mas, de modo firme, ele afastou suas mãos e disse para ela ir se esconder com as outras.
O som das flautas foi substituído pelo som de espadas sendo desembanhadas. Ezequiel lembrou que devido ao casamento tinha decidido não colocar sua espada na cintura e agora esperava não pagar caro por esse erro.
Assim que os homens pararam os cavalos perto dele, Ezequiel perguntou com autoridade:
__Quem são vocês? E o que querem aqui?
Houve um instante de silêncio até que um dos homens que estava mais atrás apeou do cavalo e passou pelos os outros que estavam a sua frente. O modo como os outros deram espaço para ele passar fez Ezequiel perceber que seja lá quem fosse aquele homem, era, com certeza, o líder.
__Eu sou Magnus Sores, Senhor do Clã das Colinas e vim aqui buscar uma mulher para mim e se os meus guerreiros quiserem também poderão pegar algumas.
Os homens ao lado de Ezequiel mexeram-se irritados com a ousadia, mas não fariam nada sem a ordem dele que, tentando demonstrar calma, disse:
__Não damos nossas mulheres. Portanto, o senhor e seus guerreiros podem ir embora.
A boca de Magnus se contorceu em um pequeno sorriso frio e ele murmurou:
__Sim, senhor.
Ezequiel estranhou a súbita mudança no tom de voz dele e, imediatamente, sentiu que estava diante de uma pessoa perigosa, mas preferiu não dizer o que pensava. Aquele era o dia de seu casamento e o homem já estava montando no cavalo, o que indicava que iria fazer o que Ezequiel tinha dito.
__Ainda bem que eles já vão embora. – disse Matias, um jovem guerreiro do clã dos Rochedos, que estava ao lado de Ezequiel, mas mal ele terminou de falar, Magnus fez sinal para que seus homens atacassem e um deles atirou uma flecha que atingiu em cheio o ombro de Ezequiel que com o impacto caiu. A dor não o impediu de levar a mão ao ombro ferido, arrancar a flecha e se levantar. Ele tinha que proteger seu povo daqueles bárbaros. Era para isso que era o líder. Olhando em volta a procura de uma espada, ele viu os corpos sem vida de seus amigos que tinham sido pisoteados pelos cavalos de Magnus Sores e seus guerreiros. A visão o chocou, mas, no momento, ele não tinha tempo para lamentar aquelas mortes e muito menos para pegar seu anel de casamento que ficou caído no chão junto dos cadáveres. Naquele momento ele tinha que lutar e foi por isso que mais do que depressa, ele pegou a espada de um dos bravos guerreiros mortos e se uniu com os outros homens que ainda tentavam desesperadamente proteger o clã.

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