sexta-feira, 4 de junho de 2010


Sozinha em sua cama, Alana não pôde deixar de pensar se Clarissa sabia o quanto era amada pelo noivo e se era digna desse sentimento, se seria capaz de amá-lo com a mesma grandiosidade.
“Por que estou pensando nisso? Que diferença faz se ela o ama ou não? Ela foi raptada pelo homem que mais odeio no mundo e tenho certeza de que ele deve estar fazendo-a sofrer. Tudo o que posso fazer no momento é pedir a Deus que a proteja, mas em breve, eu poderei fazer muito mais que isso.”
Os olhos dela pousaram sobre um canto do quarto, atrás de onde ficavam seus vestidos velhos. Ali, ela guardava algo que tinha certeza de que ainda iria usar. Iria usar para matar Magnus Sores.
__Mas, por enquanto, tudo o que eu posso fazer é pedir a Deus para proteger a noiva de Ezequiel.- ela disse enquanto de mãos unidas e olhos fechados, começava a rezar.
Os primeiros raios de sol entraram pelo pequeno buraco da parede e a iluminaram. Sentindo-se envolvida pela luz, ela se ajoelhou. Era a primeira vez que rezava desde que seu pai tinha sido assassinado.
Alguns minutos depois, Alana voltou à sala e ao parar em frente a Ezequiel e perguntou:
__Você está com fome?
__Não.
__Mas terá que comer mesmo assim.
Ezequiel abriu a boca para falar que não iria comer nada, mas Alana lhe deu as costas e em passos rápidos se dirigiu para a porta.
__Onde você está indo? – ele perguntou e em resposta só teve o barulho da porta se fechando atrás dela.
“Essa moça não é igual às mulheres do meu clã.” Pensou Ezequiel em um misto de irritação e admiração.
Não demorou muito e Alana voltou carregando uma penca de bananas. Em silêncio, Ezequiel a viu retirar as duas bananas mais maduras, descascá-las e em seguida, coloca-las em um prato de madeira, onde com um garfo, também de madeira, começou a amassá-las. Esse era um gesto que ele já tinha visto todas as mulheres de seu clã fazerem, mas nenhuma delas o fazia com tanta força. As mulheres de seu clã eram serenas e pelo pouco que ele conhecia de Alana, sabia que serenidade era algo que ela não possuía.

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