domingo, 25 de julho de 2010


Alana não conseguia dormir e de onde estava podia ver que Ezequiel sofria do mesmo mal. Tinha sido um dia difícil para todos e o que estava por vir prometia ser ainda pior.
“Senhor, dê-me forças para enfrentar os inimigos.” – ela pediu apesar de não se achar mais digna de ser ouvida.

XI

Quando os primeiros raios de sol apareceram, Ezequiel se levantou e mesmo após ter passado a noite em claro, ele não parecia cansado.
Colocando a mão sobre o ombro de Sebastião, ele disse:
__Acorde, amigo! Hoje encontraremos Clarissa e as outras mulheres do clã.
Sebastião obedeceu e Ezequiel olhou para Alana que ainda dormia. Havia marcas de lágrimas no rosto dela e mais uma vez o desejo de abraçá-la surgiu. Incomodado, ele desviou o olhar para Sebastião e disse:
__Vá acordar Alana!
Sebastião o obedeceu e instantes depois Alana estava de pé ao seu lado dizendo:
__Precisamos comer algo.
__Comer?! Acha mesmo que vou pensar em comer enquanto minha noiva está nas mãos de Magnus Sores?
O tom furioso da voz dele não intimidou Alana que continuou:
__Sei que não consegue pensar nisso, mas precisa comer algo ou não terá forças para enfrentar Magnus e os homens que trabalham para ele.
__Ela está certa, senhor. – disse Sebastião fazendo com que Ezequiel pensasse um pouco e dissesse:
__Tudo bem! Eu vi algumas árvores frutíferas pelo caminho. Perderemos alguns minutos indo até lá, mas não posso impedir ninguém de comer, nem a mim mesmo.
Sebastião olhou de modo agradecido para Alana, mas ela não percebeu. Toda sua atenção estava voltada para Ezequiel que caminhava em direção ao cavalo.
Quando ele montou, ela se aproximou e estendeu a mão para ele para que a ajudasse a subir no cavalo, mas ele a ignorou e olhando para Sebastião disse:
__Leve-a na garupa do seu cavalo.
Alana não entendeu o porquê dele não querer levá-la novamente, mas sabendo que não tinha o direito de questioná-lo sobre isso, ela se manteve em silêncio.


XII

Ezequiel fazia seu cavalo correr o mais rápido que podia. Sebastião vinha logo atrás com Alana na garupa. Mais uma vez não havia espaço para conversas. Cada um estava sozinho com seus pensamentos. Os de Ezequiel e Sebastião se resumiam em salvar as mulheres do clã e derrotar Magnus Sores. Os de Alana eram mais complexos. Ela tinha decidido ir para vingar a morte do pai, mas agora também desejava ajudar Ezequiel a salvar a noiva por mais que isso começasse a lhe causar uma dor que ela não entendia.

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