domingo, 4 de julho de 2010


Ezequiel o viu erguer uma faca e decidiu encarar a morte de frente. Mas antes que o aço frio pudesse transpassar sua pele, Ezequiel ouviu um som abafado de espanto e dor sair dos lábios do homem que instantes depois caiu aos seus pés com uma flecha fincada nas costas. O mais novo do grupo correu em direção ao corpo do pai enquanto os outros homens olhavam ao redor tentando descobrir de onde a flecha tinha vindo. Mas não havia sinal de ninguém por perto. Aproveitando o momento, Sebastião conseguiu se erguer um pouco e acertou uma forte cotovelada no estomago do homem que o segurava fazendo-o cambalear. Vendo o que tinha acontecido, o outro homem retirou um facão da bainha, mas antes que ele chegasse até Sebastião, este conseguiu pegar a espada e se pôr completamente de pé dizendo:
__Não há necessidade de mais derramamento de sangue. Deixe-nos ir embora. Nós somos do clã dos Rochedos, somos inimigos do Senhor Magnus Sores.
O jovem que chorava sobre o pai morto, gritou:
__Não dê atenção ao que ele diz. Nosso pai está morto e eles devem morrer também!
Ezequiel não sabia o que fazer ou dizer, sua cabeça doía devido ao tempo em que estava de cabeça para baixo e ele só torcia para que pelo menos Sebastião conseguisse sair vivo daquela situação para que pudesse ir salvar Clarissa e as outras mulheres do clã.
Sebastião esperou o ataque, mas ele não veio. O homem a sua frente não conseguia desviar os olhos do corpo do pai morto e parecia mais disposto a sentar e chorar do que a lutar.
Ao ver que o irmão não pretendia matar ninguém, o jovem rapaz pegou a faca das mãos do pai morto e levantou dizendo:
__Se você não tem coragem, eu tenho!
Ezequiel viu a faca se aproximar novamente dele e mais uma vez ela não chegou a encostar-se à sua pele porque uma outra flecha surgiu de repente e acertou o rapaz fazendo com que o corpo dele caísse sem vida sobre o do pai.
Os outros dois homens ficaram imóveis olhando a cena, pareciam petrificados pelo horror de perder o pai e o irmão em questão de minutos.
Sem perder mais tempo, Sebastião correu até onde Ezequiel estava e com um golpe de sua espada cortou a corda que prendia seus pés.
Assim que ficou de pé, Ezequiel pôde ver melhor o rosto dos dois homens que tentaram matá-lo e que agora não passavam de cadáveres.

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