terça-feira, 31 de agosto de 2010

Quarto Capítulo


4

Alguns minutos depois o telefone tocou.
__Você está com frio? - Perguntou a voz do outro lado da linha.
__Não, eu não estou com frio! E não quero mais que você ligue para a minha casa, ouviu bem?
Silêncio. Nenhuma resposta. Mas ele ainda estava do outro lado da linha, ela podia ouvir sua respiração pesada.
__Sabe de uma coisa? Você é ridículo! - Disse Miriam antes de desligar o telefone.
Um vento gelado entrou pela janela fazendo com que ela se arrepiasse. “Droga de inverno” pensou esfregando os braços e caminhando em direção a janela para fechá-la, mas antes que fizesse isso um homem apareceu.
Miriam gritou e recuou.
__Desculpe, não quis assustá-la. Sou seu novo vizinho, me mudei para cá há três semanas. - Disse o homem apontando para a casa ao lado da dela.
__O-o que você quer?
__É que me disseram que aqui mora um mecânico e eu estou com um problema com o meu carro. Pensei que ele poderia me ajudar.
__Meu pai não está, mas ele não deve demorar. Eu peço a ele para ir falar com você assim que ele chegar.
__Muito obrigado, menina e me desculpe pelo susto. Eu iria apertar a campainha, mas você me viu antes.
__Tudo bem. - Disse Miriam sem graça por ter gritado enquanto o homem se afastava sorridente tendo na mão um objeto que antes de fechar a janela, ela pôde ver que era um celular.

Quando seus pais chegaram, Miriam contou sobre o vizinho e seu pai disse:
__Hoje é meu dia de folga, mas devemos ser legais com os nossos vizinhos. Vou lá ver qual é o problema.
__Você chorou novamente, Miriam? - Perguntou sua mãe olhando-a intensamente e Miriam falou sobre a visita de Bruno.
__Isso vai passar, filha. Eu sei que vai. Eu também já gostei de rapazes que não gostavam de mim antes de conhecer o seu pai. Por isso acredite quando eu digo que isso passa.
Miriam sorriu e a mãe se dirigiu para a cozinha para preparar o almoço.
Eram quase seis horas quando o telefone tocou. Miriam olhou para ele de cara feia imaginando se seria novamente o idiota que falava que tava com frio, mas seu pai atendeu e disse em seguida:
__Para você, Miriam, é a Amanda.
__Oi, Mandinha!
__Oi, Miriam. Quer dar uma volta? Ir ao cinema, fazer alguma coisa, sei lá.
Miriam estranhou a voz da amiga. Amanda parecia estar triste.
__Podemos ir ao cinema sim, mas o que houve? Você não devia estar com o Cláudio hoje?
__Devia sim, mas eu não quero. Não depois do que ele me disse, mas eu não quero falar sobre isso.
__Entendo. Então eu vou me arrumar e dentro de uma hora no máximo eu passo aí na sua casa, tá?
__Tá. - Respondeu Amanda.
Assim que desligou, Miriam subiu as escadas correndo em direção ao quarto enquanto pensava no que Cláudio poderia ter dito de tão grave para Amanda.

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