sexta-feira, 6 de agosto de 2010



XVIII

O silêncio perturbador entre os dois foi quebrado por Igor que acordou dizendo:
__Preciso aprender a manejar uma espada porque posso precisar lutar hoje à noite.
Virando-se para ele e tentando demonstrar uma calma que estava longe de sentir, Ezequiel disse:
__Não creio que será necessário, Igor. Aliás, você e sua irmã não precisam entrar no castelo conosco.
__Como não?! – perguntou Alana com a voz trêmula e sem olhar para ela, Ezequiel respondeu:
__Sebastião e eu atacaremos no momento em que Magnus perder seus poderes e os guerreiros do clã estiverem desmaiados. Ele e eu seremos mais do que suficientes para derrotar Magnus.
__Entendo. Então é melhor que Alana e eu voltemos para casa.
__Não, Igor! Eu não vou voltar! Vou até o fim! – disse Alana e sua voz agora já tinha a força que Ezequiel tanto admirava, mas mesmo assim, ele teve que dizer:
__Poderá ser perigoso!
__Perigoso? Pelo o que você acabou de dizer tudo será simples demais. Por que está se contradizendo, Senhor do Clã dos Rochedos?
A acidez no tom de voz dela fez o sangue de Ezequiel ferver e sem pensar, ele gritou:
__Por que não quero que você morra!
__Então não me afaste de você!
Sebastião e Igor os olharam boquiabertos, mas Ezequiel já não os enxergava mais. Seus olhos estavam presos nos de Alana que tinha os olhos brilhantes de lágrimas. Sentindo um aperto no peito, ele se viu dizendo:
__ Não há outra solução para nós, Alana. Iremos nos afastar mais cedo ou mais tarde.
__Então que seja mais tarde. Eu realmente quero ajudá-lo a salvar a mulher que você ama.
Ezequiel desviou os olhos dos dela e disse:
__Tudo bem, então. Se as coisas não saírem como Rosália nos contou, as suas flechas serão de grande ajuda.
__Se minha irmã fica eu também fico. – disse Igor de modo firme.
Desembainhando sua espada e pegando uma outra que estava presa ao cavalo, Sebastião disse:
__Então venha aprender a lutar como um guerreiro, rapaz.

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